
E no momento sepulcral 
Do enterro do meu corpo 
Encontrarei a paz afinal pois enfim estarei morto 
De que me vale a juventude 
Se a desperdiço pensando 
Jovem sem atitude 
Por pensar demais vai definhando 
Sinto falta do que nunca tive 
Quero coisas que nunca vi 
Conheço lugares onde nunca estive 
Sinto saudades de um tempo que não vivi 
A dor e a angústia me consomem 
Desespero maior não existe 
Como pode alguém tão jovem 
Dizer palavras tão tristes 
O sombrio cemitério 
E seu aspecto mortuário 
É o fúnebre império 
Do coveiro solitário 
Eu sou a vida e a morte 
Ambas habitam minha mente 
Não sou fraco, nem sou forte 
Sou simplesmente diferente 
Minha vida é cheia de sonhos 
Que nunca se tornam realidade 
Minha mente é povoada demônios 
Sou vítima de minha insanidade 
Não notarão quando eu houver partido 
Pois morrerei uma morte sem sentido 
Como se eu nunca tivesse existido 
Eu morrerei, porém sem nunca ter vivido 
Estas figuras angelicais, 
Que compõem esta doce paisagem, 
Não estragarei mais, 
Com minha sombria imagem. 
Sonhei com você noite passada 
Mas sonhos não valem nada 
Pois sonhos são pura ilusão 
E na vida sempre predomina a razão.